A organização cristã trabalha no escora a cristãos perseguidos em todo o mundo e teve sua origem no país impulsionada pela missionária Elmira Pasquini
Por Teologia em Foco
Nesta quarta-feira (1º), a missão Portas Abertas celebra 47 anos de atuação no Brasil. Fundada oficialmente em 1978, a organização cristã trabalha no escora a cristãos perseguidos em todo o mundo e teve sua origem no país impulsionada pela missionária Elmira Pasquini, em São Paulo.
Devido ao trabalho da Portas Abertas no Brasil, a instituição foi convidada para iniciar um trabalho de mobilização na América Latina e, por isso, foi acessível um escritório da instituição no Chile. “Temos a responsabilidade de continuar o legado do Irmão André e da Mana Elmira nesse trabalho que está unicamente começando. Somos uma só família, uma só igreja e um só corpo de Cristo. Portanto, é um privilégio servir à Igreja Perseguida”, diz Marco Cruz, secretário-geral da Portas Abertas Brasil.
O envolvimento de Elmira com a missão teve início depois uma conferência da International Hospital Christian Fellowship (IHCF), realizada na Áustria, onde conheceu pessoalmente o Irmão André – fundador da Portas Abertas internacional e figura conhecida pela atuação em países onde o cristianismo sofre restrições severas. Até portanto, Elmira conhecia sua história unicamente por meio do livro “O Contrabandista de Deus”.
Durante o evento, questionou o Irmão André sobre quando ele visitaria o Brasil. “Ore”, respondeu ele. Três anos depois, em um novo encontro, voltou a perguntar e ouviu: “Você não orou o suficiente”. A resposta definitiva viria em 1977, quando soube que o pregador passaria pelo Brasil. O encontro entre os dois em São Paulo se tornaria o ponto de partida para a estruturação da missão no país.
O primeiro grande momento da Portas Abertas no Brasil aconteceu em um letrado realizado na Igreja Batista da Liberdade, na capital paulista, que reuniu mais de 1.500 pessoas em reza pela Igreja Perseguida. Na mesma ocasião, uma expressiva oferta financeira foi arrecadada, marcando o compromisso da comunidade evangélica brasileira com a culpa.
A partir desse encontro, a organização deu início ao processo de formalização, culminando na instalação solene em 1º de maio de 1978. Elmira integrou a primeira diretoria da missão no Brasil, atuando por pelo menos três anos antes de retomar suas atividades junto à União Médico-Hospitalar.
Anos depois, ela reconheceria a preço de seu papel na implantação da missão no país. “A oportunidade que tivemos de inaugurar a Portas Abertas foi tão grande, tão preparada pelo Senhor, que só tínhamos que trabalhar para transmitir a culpa para os outros”, declarou em entrevista.
Elmira Pasquini faleceu em 25 de fevereiro de 2022, aos 95 anos. Seu legado de fé, intercessão e engajamento permanece vivo e inspira o trabalho da Portas Abertas no Brasil quase meio século depois.