Lições que a cruz de Cristo ensina para os casais de hoje

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O exemplo de Cristo na cruz vai muito além de princípios espirituais. Ele é também um guia profundo e prático sobre amor dentro do casamento

Quando pensamos em sacrifício, a imagem da cruz costuma ser a primeira que vem à mente. Poucos, no entanto, conectam esse símbolo a algo tão cotidiano quanto a vida a dois. Mas, à luz do evangelho, essas duas realidades não apenas se relacionam — elas se explicam mutuamente.

É o que acredita Geene Francis, diretora de conteúdo e programação da WinShape Marriage. Para ela, o amor que renuncia e doa é o mesmo que sustenta um casamento saudável, mesmo quando o romantismo dá lugar à rotina ou quando os dias ficam mais difíceis.

Geene enxerga na cruz o ponto de partida para entender o que mantém um casamento cristão de pé. “Quando penso em sacrifício, a primeira coisa que me vem à mente é a cruz. A próxima é o casamento”, afirma.

Ela lembra que o sacrifício de Jesus foi, acima de tudo, um ato de amor intencional — e esse é o mesmo chamado feito a todos os cônjuges. “Jesus deu a vida por nós, no ato supremo de amor altruísta. Ele nos chama a fazer o mesmo em nossos casamentos — de dezenas de maneiras, todos os dias”, reflete.

Essa perspectiva é mais do que inspiradora. Não por acaso, o apóstolo Paulo, ao escrever aos efésios, associa diretamente o amor conjugal ao exemplo de Cristo: “Maridos, amem suas mulheres, como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela” (Efésios 5:25). Em outras palavras, o amor no casamento não se define por desejo, reciprocidade ou conveniência, mas por entrega.

O cotidiano como altar

“Todos os dias, você escolhe responder ao chamado de Deus ao amor sacrificial”, diz Geene. E ela reconhece que esse chamado nem sempre é confortável. “É difícil, até mesmo nos melhores casamentos e nas melhores circunstâncias”.

Casada há 17 anos, ela e o marido testemunham que o segredo não está em sentimentos constantes, mas em decisões consistentes. “Damos crédito à graça imersiva de Deus e às nossas decisões mútuas e diárias de despertar e honrar o compromisso de aliança que fizemos diante de Deus e de nossa família há muito tempo”, testemunha.

Na prática, isso se traduz em gestos simples, como fazer o almoço, ouvir com atenção, escolher perdoar. Colocar as necessidades do outro acima das suas, mesmo quando seria mais fácil fazer diferente. “Muito amor sacrificial aparece nos momentos aparentemente pequenos e banais da vida”, afirma.

Como conselheira de casais, Geene também lida com os desafios que surgem quando o amor sacrificial dá lugar ao egoísmo. “Muitos ficam presos em ciclos de mágoa. Não é incomum que casais não respondam ao chamado de Deus por amor, sacrifício e respeito mútuos — mas isso acontece porque todos nós somos caídos, todos quebrados”, compartilha. Mesmo assim, ela crê no poder da restauração. “Deus nos dá o poder de romper ciclos de comportamento destrutivos, por mais impossível que isso pareça”, diz.

Jesus no centro do compromisso

Colocar Cristo no centro da relação não é só uma frase bonita, é uma necessidade real. “Mais importante ainda, coloque seu relacionamento com Cristo no centro do seu casamento”, aconselha Geene. É essa centralidade que ajuda o casal a permanecer firme, especialmente nos dias em que o amor natural parece escasso.

No fim das contas, o sacrifício de Jesus não foi apenas um evento histórico, mas um chamado diário para amar com humildade, generosidade e fidelidade. “Sua morte sacrificial e ressurreição triunfante, que celebramos em cada Páscoa, são a prova máxima disso”, conclui.

Amar como Cristo não é se anular, muito menos aceitar abusos. É viver uma entrega mútua, saudável e comprometida — com espaço para graça, crescimento e transformação. Porque casamento, no fim das contas, é uma aliança sustentada não por sentimentos passageiros, mas pela escolha diária de servir e amar o outro.

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